segunda-feira, 30 de maio de 2011

Esculturas da Grecia e Roma - Pedro Henrique 6f/24

 
GREGOS


A escultura grega assumiu diferentes traços ao longo de sua história.
As primeiras esculturas gregas, que são do século IV a.C., representavam pequenas figuras humanas feitas de materiais como argila, cera ou marfim, por serem mais fáceis de manipular.
Porém, no período arcaico (século VII e VI a.C), ainda com visível influência dos padrões estéticos egípcios, o estilo foi mudado e os gregos começaram a fazer esculturas esculpidas em pedras com formatos lisos e arredondados e modelavam uma beleza ideal. As figuras mais comuns eram de rapazes (kouros) e moças (korés). Do ponto de vista estético, as estátuas do período arcaico tinham uma postura bastante rígida e o rosto não sinalizava expressão alguma.
Kouros
Koré

No classicismo, a estatuária grega acabou assumindo um padrão próprio, explorando de forma mais apurada o movimento, o volume e as proporções. O estudo das proporções do corpo humano possibilitou reproduzir fielmente a anatomia humana e o rosto obteve um ganho considerável. Em seguida, surgiu o conceito do contraposto em que as esculturas ficavam apoiadas em uma perna e deixavam a outra livre, dando a impressão de movimento. Esse dinamismo foi demonstrado na representação de atletas em ação. Os gregos sentiram a necessidade de dar vida às suas estátuas, valorizando características como idade e personalidade, e também esculpiram estátuas femininas vestidas.
Alguns grandes artistas desse período foram: Policleto, que criou uma regra seguida até hoje nas aulas de desenho, chamada de “belo ideal” que divide o corpo humano em oito partes iguais, Míron, Praxíteles, Fídias e Lisipo, que em suas tentativas de modelar as feições, inovou e criou os primeiros retratos.
Discóbolo, de Mirón
Doríforo, de Policleto
Hermes, de Lisipo
No período helênico (século III a.C.), houve um destaque das formas herdadas do classicismo, surgindo obras monumentais e de inigualável beleza, como O Colosso de Rodes, com trinta e dois metros de altura, uma das maravilhas do mundo antigo.
Colosso, de Rodes
As esculturas, que tinham função religiosa e decorativa, estavam ligadas à arquitetura, evidência observada nas estátuas das fachadas, colunas e interiores dos templos.
Neste período também surgiu o nu feminino, com a criação da estátua de Afrodite, a deusa do amor, por Praxíteles.
Afrodite, de Praxíteles

Além da idade e da personalidade, passaram a valorizar características como emoção e estado de espírito, esculpindo grupos.
Grupo: Hermes com infante Dionísio
Houve, ao longo dos anos, uma grande evolução e novas abordagens estéticas foram surgindo, cada vez mais complexas.
Nervos, músculos, veias, expressões e sentimentos mostram que os gregos buscavam aproximar ao máximo suas esculturas do realismo. Além de preservar as medidas harmoniosas, a escultura desse período também se preocupou em reproduzir os sentimentos humanos, como o medo, a dor e a angústia.
Os temas mais utilizados foram a religião, principalmente com representações de deuses e deusas, mas também desenvolveram cenas do cotidiano, mitos e atividades esportivas. 


ROMANOS

Nossa atual civilização guarda uma herança muito importante dos gregos, mesmo após cerca de três mil anos. Assim, outras civilizações sofreram muito mais influência uma vez que estavam bem mais próximos, em termos de época, da cultura grega. Um exemplo são os Romanos, que dominaram a Grécia política e militarmente, mas culturalmente adaptaram-se aos modelos Gregos.
A escultura desenvolveu-se em toda a área de influência romana, com seu foco na metrópole, entre os séculos VI a.C. e V d.C.
Embora originário da cultura grega, o costume romano de esculpir adaptou-se à estrutura político-social da Roma Antiga. As classes dominantes usavam a escultura para mostrar posição social, tanto na vida privada, como em público, para promoção política. No meio público, a escultura foi utilizada para ornamentação dos seus edifícios, com imagens dos governantes e, na época imperial, dos imperadores. A escultura foi utilizada para perpetuar a história e seus protagonistas através de artes que representavam bustos e estátuas de imperadores e nobres de Roma.
Os Romanos tinham consideração pelas obras naturalistas, dinâmicas e proporcionadas da estatuária grega.
Com a impossibilidade de transportar para Roma as obras mais valiosas de escultores gregos, os escultores romanos passaram a imitá-las, surgindo importantes escolas copistas, atingindo excelente nível de realização.
Por admirarem a escultura grega, os romanos se baseavam muito em suas obras. Compare os painéis da Procissão da Ara Pacis (13-9 a.C.), feitos pelos romanos com parte do friso do Partenon (442-438 a.C.), criado pelos gregos.
Procissão da Ara Pacis

Friso do Partenon, de Fídias
O desenvolvimento no campo das esculturas foi grande devido ao fato que grande parte da população não era alfabetizada e os recursos visuais eram utilizados para transmitir ideologia política, social e religiosa e difundir a imagem de personalides que se destacavam. A escultura foi muito valorizada, ocupando diversos espaços públicos e privados e povoando as cidades.
Netuno

Grande parte das esculturas de Roma também pertencia ou estava relacionada à esfera religiosa, presente desde os grandes templos públicos até a mais simples das habitações.
Ludovica Albertoni

Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento eram bastante diferentes destes. Por serem realistas e práticos, suas esculturas eram uma representação fiel das pessoas – imperadores e homens da sociedade - e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos.
Augusto, imperador

Sabina, esposa do imperador Adriano
Neste contexto é que surgiram as famosas estátuas equestres, enaltecendo as figuras públicas de maior importância, como a do Imperador Marco Aurélio, logo abaixo.

Após o século III d.C. os sarcófagos, túmulos esculpidos, eram praticamente as únicas espécies de escultura produzidas pelos romanos.

Sarcófagos

A escultura romana utilizava o mármore e o bronze e poucas sobreviveram à corrosão, intempéries e reutilização dos materiais para outros fins.
Fontes:
http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/arquitetura-escultura-grega.htm
http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u33.jhtm
http://hca-aurelio.blogspot.com/p/escultura-romana.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura_da_Roma_Antiga

domingo, 1 de maio de 2011

Esculturas da Grécia e Roma Antiga/Joh Háma nº14 6F

ESCULTURAS DA GRÉCIA ANTIGA

Escultura é uma arte que representa imagens plásticas em relevo total ou parcial. As principais técnicas são: CINZELAÇÃO, FUNDIÇÃO, MOLDAGEM OU AGLOMERAÇÃO de partículas para a criação de um objeto. Embora possam ser utilizadas para representar qualquer coisa, tradicionalmente, o objetivo maior foi sempre representar o corpo humano ou divindade antropomórfica. Os materias mais utilizados foram: as pedra (mármore, calcário e granito); os metais (bronze, ouro e prata); outros com argila e terracota e os materias de origem orgânica, mais nobre possíveis, como ébano, jacarandá, marfim e âmbar.
A Grécia clássica é, com certeza, o berço ocidental da arte de esculpir. A evolução das esculturas gregas pode ser dividida em vários períodos como: GEOMÉTRICO, DEDÁLICO, ARCÁICO, SEVERO, CLÁSSICO E HELENÍSTICO. Todos eles sofreram influências do desenvolvimento social, econômico e cultural da Grécia antiga. Além disso, observa-se um aperfeiçoamento contínuo da técnica de esculpir, culminando com obras de arte reverenciadas, até hoje com a Vênus de Milo.






                                            Joh, a vovó Seiko e a Vênus de Milo - Louvre


PERÍODO GEOMÉTRICO

Ocorreu entre 900 a 700 a.C., quando houve muitas transformações socias importantes que levaram a formação das cidades-estado, o crescimeno urbano, desenvolvimento do alfabeto grego, a intensificação do comércio com a Ásia menor e sul da Itália e a fundação de muitos templos. Desta fase, observa-se cerâmicas, adornos, armas, estatuetas votivas de bronze e barro.
Ainda não se observa, estátuas de grande porte.




Estatueta de guerreiro do século VIII a.C.- Munique - Staatliche Antikensammlungen



PERÍODO DE DEDÁLICO

Ocorreu de 650 a 600 a.C.. Este período foi assim denominado, em homenagem a Dédalo, o herói mítico, considerado o inventor da escultura.
As principais influências para o desenvolvimento das estátuas de grande dimensão foram: a Síria e o Egito. As estátuas desta fase são frontais e rígidas. O corpo é modelado e achatado e o desenho da anatomia é simplificado. Os principais estilos de estátuas desta época foram os KOUROS (plural KOUROI)/estátua masculina. A figura masculina representa sempre um jovem imberbe e nu, com a perna esquerda na frente e os braços caídos rigidamente junto ao corpo. Eram colocadas em santuários, tumbas ou monumentos públicos. O KORE (plural KORAI)/estátua feminina está sempre vestida, tem os pés juntos e a postura um pouco mais variável.




Kore dedálica chamada Dama de Auxerre 635 a.C. - Louvre



PERÍODO ARCÁICO

Ocorreu entre 600 a 500 a.C.. Foi marcado pela grande urbanização da Grécia e o crescimeno do comércio. Nesta época floreceu o conceito da PAIDEIA (processo de educação completa e integral que almejava a formação de um cidadão exemplar apto a assumir qualquer função na sociedade, inclusive o governo supremo). Houve uma observação mais atenta da anatomia da escultura, com um detalhamento da musculatura e da estrutura do esqueleto. a face ganha um porte mais majestoso e uma atitude de inabalável confiança e altivez. A utilização do mármore se ampliou. Os exemplos mais importantes desta época foram: o Cavaleiro Rampin e o Moscóforo. Surgem nomes de escultores importantes como: Aristokles de Sidônia, Kanacos de Sikyona e Hegias de Atenas. Por volta do fim do século VI a.C., o detalhamento nas formas corporais havia chegado a um grau avançado e as figuras adquirem movimento. Nesta fase começa a difusão da estatuária grega pelas colônias na Magna Grécia, nas áreas orientais do Mediterrâneo e culturas como a etrusca, a cipriota, a fenícia e mesmo a síria.
Kore arcáica - Museu Arqueológico Nacional de Atenas

O Moscóforo 560 a.C. - Museu da Acrópoles de Atenas
Detalhe do Cavaleiro de Rampin com sorriso característico do período arcáico 550 a.C. - Museu da Acrópoles de Atenas


PERÍODO SEVERO

Ocorreu entre 500 a 450 a.C.. Foi uma fase caracterizada pelo repúdio ao decorativismo. Observa-se o fim da cultura aristocrática dos KOUROI para representarem atletas vencedores de jogos, líderes políticos,  generais e várias divindades. Há um maior dinamismo das figuras, os braços ganham em liberdade, e há maior detalhamento e suavização da anatomia. Nesta fase é formado o chamado perfil grego, unindo a testa e o nariz em uma linha retilínea, e o bronze começa a surgir.
Os exemplos desta fase são:

Efeb o de Kritios, estátuas decorativas do Templo de Afaia, em Egina



Estatutária perimental doTemplo de Afaia - Gliptoteca de Munique










PERÍODO CLÁSSICO

Ocorreu entre 450 a 323 a.C.. O primeiro grande centro produtor do classicismo é Atenas. A representação anatômica chega a um estágio de grande verossimilhança, com maior estudo da musculatura do tronco e membros em detrimento da face, que perde em expressividade embora ganhe em semelhança e detalhamento, surgindo os primeiros retratos. Os autores mais representativos da época foram: Mirón com o Discóbolo; Fídias com Zeus de Olímpia e a Atena Parthenos; Alcamenes; Kresilas e Policleto com o Doríforo, o Discóforo e o Diadúmeno
Atenas cai em 404 a.C., no fim da Guerra de Peloponeso, dando início ao baixo classicismo ou classicismo tardio. Os autores mais expoentes foram: Praxiteles, Lísipo e Escopas. Praxiteles, o mais famoso dele, criou Afrodite de Cnido, Hermes com o infante Dionísio e Apólo Sauróctono.
Lísipo foi o escultor preferido de Alexandre Magno. Seu discípulo, Carés de Lindos foi o autor do célebro Colosso de Rhodes, um das Sete Maravilhas do mundo antigo. Outro grande escultor da época Leocarés, autor de Diana de VersalhesApolo Belvedere



Leocarés: Apolo Belvedere 350 - 345 a.C. 
 

















Cópia conhecida da Afrodite de Cnido de Praxiteles 345a.C. - Gliptoteca de Munique



Colosso de Rhodes de Carés de Lindos


PERÍODO HELENÍSTICO

 Ocorreu entre 323a 27a.C.. A transição para o Período Helenístico acompanhou as conquistas de Alexandre Magno, que ao conquistar a Grécia, levou sua arte até a Índia. Neste período predomina a  multiplicidade de influências orientais na arte grega. Daí o nome de Helenismo. Surgiram novos centros artísticos como Alexandria, Antióquia e Pérgamo. Os escultores não se sentiam mais obrigados a retratar o ideal. São introduzidos temas como o sofrimento, o sono, a morte e a velhice. Uma das mais famosas obras deste período é Maronis ou A velha bêbada. Outra é Laoconte de Agesandro, Polidoro e Atenodoro. Outro autor de destaque foi Pérgamo com seu grandioso Altar de Pérgamo.
Roma, Egito, Síria e Antióquia passam a ser grandes consumidores estatutários, difundindo a arte grega. 


A vitória de Samotrácia 190 a.C. - Louvre
Velha Bêbada 190 a.C.- Museus Capitolinos



ESCULTURAS DA ROMA ANTIGA

Desenvolveu-se muito entre os séculos VI a.C. e V d.C.. Houve influência estrusca e também das colônias da Magna Grécia e da própria Grécia, durante o período helenista. Os romanos foram capazes não só de assimilar as técnicas gregas, mas elaborar uma nova modalidade, principalmente no gênero retratista.


A TRADIÇÃO ETRUSCO-ROMANA

Os etruscos dominaram a região centro-norte da península Itálica e, pelo menos alguns dos semi-lendários reis de Roma foram etruscos.Sua arte se assemelhavam a grega do período arcáico. As primeiras esculturas realizadas em Roma datam do século VI a.C. e seu estilo é inteiramente etrusco. A obra mais importante foi Apolo de Veii. Os etruscos foram hábeis com os gêneros: estatutário fúnebre, sarcófagos e grupos monumentais. As obras mais comuns são: O Sarcófago dos Esposos e o Hipogeu dos Volumni, uma cripta em Perugia.




Escultura etrusca tardia - séc. II a.C. - Louvre


INFLUÊNCIA DO HELENISMO

Durante o século IV a.C., a Grécia vivia seu Classicismo. Um pouco mais tarde, Alexandre Magno conquistou a Grécia e levou a arte grega até a Índia. A esta fusão de influências gregas e orientais se deu o nome de Helenismo. O estilo é bastante complexo devido às muitas infuências. Nesta fase fundaram-se os primeiros museus e bibliotecas, como em Pérgamo e Alexandria. Além disso, Roma passa a constituir um novo e grande mercado consumidor de estatutárias para as novas cidades no Egito, Síria e Anatólia. Os autores mais importantes desta fase foram: Phyromachos, Niceratos, Epígonos e Xenócrates.
O principal acontecimento que influenciou definitivamente a cultura romana foi o saque de Siracusa em 212 a.C.. Siracusa era um rico entreposto comercial grego na Sicília, e era adornada com muitas obras de arte. Com sua queda, a cidade foi saqueada e o espólio levado para Roma para substituir a estatutária de origem etrusca. Após a conquista da Grécia por Roma em 146 a.C., diversos artistas gregos se estabeleceram na Itália, contribuindo para a disseminação da herança cultural entre a civilização conquistadora.. Os autores mais importantes desta fase foram: Phyromachos, Niceratos, Epígonos e Xenócrates. As obras mais importantes foram: o grandioso Altar de Pérgamo, a Vitória de Samotrácia , a Vênus de Milo e a Coluna de Trajano. Do reinado de Trajano é célebre a Coluna de Trajano, que comemorou a campanha na Dácia entre 106 a 101 a.C.. É uma enorme coluna revestida inteiramente de um friso contínuo que espirala para cima, sendo um exemplo do estilo narrativo dos relevos históricos romanos.




Coluna de Trajano




O genius de Augusto - Museu Pio-Clementino


O APOGEU DA ESCULTURA ROMANA

O desenvolvimento da escultura em Roma se dividiu em dois campos: o retratístico e os gêneros restantes. Dentre os retratos, o busto e a cabeça avulsa eram as formas mais encontradas, traço cultural tipicamente romano. Este tipo de obra se difundiu por ser mais barata que o corpo inteiro e, para os romanos, não era importante o corpo, nem os trajes, mas a cabeça. Os imperadores usavam o retrato para a reafirmação do poder e de seu programa político. Para a população, em geral, servia de contexto fúnebre. Com o imperador Augusto, Roma se tornou a cidade mais influente e rica do império e também o novo centro da cultura helenística. Houve até cunhagem das moedas com baixo-relevo diminuto de seu governante vivo.


Augusto laureado e Tibério em uma quadriga 14-13 a.C. 








A queda de Roma e a fragmentação de seu extenso território em nações menores acabou refletindo na arte. O estilo naturalista de perfeição anatômica alcançado pelas gerações de mestres gregos, continuados pelos romanos, simplesmente desapareceu. A estatutária adquiriu feições rudes, rígidas e simplificadas. O classsicismo se diluiu na arte primitiva da Idade Média.

FONTE: WIKIPÉDIA/Cultura grega e romana